Ainda os fogos......

Estive 9 dias em Portugal e desses 9 , passei 5 na Serra da Estrela nas antigas propriedades do meu Pai , agora dividas por alguns dos filhos entre os quais me conto. Fui dar uma volta por algumas das matas, agora totalmente ardidas, negras e devastadas. Desgosto, furia, raiva, dôr, uma mistura de sentimentos mas, acima de tudo .....porquê??? Ver algumas das árvores a que subi quando era pequenina e que considero como se fossem pessoas de familia. Até a Sequoia ardeu embora ainda resista (pelo menos assim esperamos). Ainda menina, a Sequoia deve ter à volta de 200 anos. Foi plantada pelo meu bisavô e nunca tinha ardido. Alías aquela mata nunca tinha ardido. Fica muito perto da casa grande, a casa de familia e era onde íamos brincar todos os dias , viver as nossas aventuras, tomar banho no ribeiro, fazer pic-nics nas mesas de pedra, colher amoras, subir às arvores, beber a àgua pura e gelada da nascente "a do Cabral" que corria por entre umas pedras e era a melhor àgua que eu até agora bebi.
A mata - a Curujeira, como se chama - está de luto, assim como tantas outras que arderam por ali e por todo o País. E eu estou de luto tambem. Porque para mim aquela mata (e as outras) são seres vivos que quizeram matar. De proposito!!
Cada uma das árvores é como uma irmã que morreu.
Gostaria que os fulanos que nada fazem para que não haja incêndios, os que permitem que os haja e os que os ateiam (não sei se não serão os mesmos), estivessem juntinhos, amarradinhos no meio de uma das matas que puseram a arder. Talvez assim sentissem na pele os crimes que cometeram................